Era o Navio Escola Almirante Saldanha.
1956 - Entre abril e junho, já afastado das Viagens de Instrução, foi temporariamente colocado à disposição da Diretoria de Hidrografia e Navegação - DHN, realizando sondagens ao largo de Arvoredo e Bom Abrigo.
1957 - Em fevereiro, decidida a sua incorporação a DHN, como Navio Oceanográfico, sendo instalado um laboratório oceanográfico no antigo alojamento de boreste dos Guardas-Marinha e uma máquina de sondar de 5.000 metros, no lugar da antiga plataforma do tubo lança torpedos, que fora retirada.
Em 3 de agosto, foi definitivamente incorporado a DHN.
Em 13 de dezembro, sob o comando do CMG José dos Santos Saldanha da Gama, participou das cerimônias em homenagem ao Patrono da Marinha, Almirante Tamandaré, em Santos-SP.
1957-58 - Mesmo conservando as características de Veleiro e Navio-Escola, foi o principal navio brasileiro empregado no Ano Geofísico Internacional, ocasião em que, além das 162 estações oceanográficas, reiniciou a ocupação da Ilha da Trindade. Durante o Ano Geofísico Internacional, o Comandante Paulo de Castro Moreira da Silva, conseguiu o apoio da UNESCO para transformar o antigo veleiro, em navio de pesquisa.
1959 - Em 14 de agosto, foi reclassificado como Navio-Oceanográfico (NOc).
1961 - Efetuou suas últimas comissões oceanográficas, antes de ser submetido a remodelação para Navio-Oceanográfico.
1962-64 - Foi submetido a obras de remodelação, no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, sendo convertido de Navio Escola para Navio Oceanográfico. A remodelação incluiu a instalação de laboratórios de biologia marinha, química, meteorologia, radioatividade, geologia e ictiologia, além de seis guinchos para operação oceanográfica, três ecobatímetros e um sonar para detecção de cardumes.
1964 - Em 5 de dezembro, terminaram as obras de conversão do NOc Almirante Saldanha. Depois da cerimônia de reincorporação, quando recebeu a visita do Ministro da Marinha e outras autoridades, partiu para sua primeira comissão, que é de instrução oceanográfica, sob os auspícios da UNESCO. O primeiro comandante nessa nova fase foi o Capitão-de-Mar-e-Guerra Paulo de Castro Moreira da Silva.
1966 - Em carta de 18 de março, o comandante Paulo de Castro Moreira da Silva, deixou registrado o desejo de lançamento ao mar de seus restos mortais. Sua vontade foi atendida a 11 de junho de 1988, em cerimônia simples, nas proximidades da Ilha Rasa.
Em dezembro esteve em Vitória em GT com os CT Paraíba - D 28 e Araguari - D 15, onde participou das comemorações a Semana da Marinha. O GT era comandado pelo Comandante do 2º Esquadrão de Contratorpedeiros, CMG Herick Marques Caminha.
Em 1966 foi o recordista de Dias de Mar dentro da Esquadra com 102 dias.
1968 - Realizou a Operação NORDESTE II, conduzindo pesquisas oceanográficas na área marítima do nordeste brasileiro.
1971 - Em julho, encerrou a Operação GEOMAR III.
1977 - Entre 10 de agosto e 24 de novembro, quando retornou ao Rio de Janeiro, realizou a comissão CONVERSUT I com o propósito de realizar o estudo e descrição da extremidade oeste da convergência subtropical, em associação com a ressurgência na costa meridional do Brasil. Foram realizadas 191 estações oceanográficas distribuídas em 24 perfis, entre Querandi (Argentina) e a Ilha do Mel-PR. Essa comissão contou com a participação de pesquisadores da UFRJ, do INPE e da PUC-Rio Grande. Foram escalados os portos de Rio Grande-RS, Montevideo (Uruguai) e Paranaguá-PR.
1979 - Passou por Período de Reparos no AMRJ.
1980 - Realizou a Operação Oceanográfica RIO DE JANEIRO II, na área marítima entre Santos e Cabo Frio. Durante essa viagem, testou um novo ecobatimentro de potencia variável para águas profundas e um novo tipo de correntógrafo. Efetuou o levantamento qualitativo e quantitativo do zooplancton e a utilização de técnicas de sensoriamento remoto no estudo térmico da superfície oceânica. Participaram pesquisadores da DHN, UFRJ, Museu Nacional do Rio de Janeiro, Centro Federal de Educação do Rio de Janeiro, Faculdade de Biologia e Psicologia Maria Thereza de Niterói e do INPE.
Realizou a Operação LESTE V, dando continuidade ao Projeto do Atlas Oceanográfico Costa Leste do Brasil, com o propósito de coletar dados oceanográficos na área compreendida entre o Cabo de São Tomé e Recife. Nessa comissão foram realizadas 112 estações, e navegadas 6.640 milhas náuticas em 53.5 dias de mar.
Realizou a Operação CABO FRIO V, em conjunto com o IPqM, com estudos oceanográficos para coletar dados para avaliar a evolução do potencial de produtividade primaria, bem como da dinâmica da resurgência na região marítima contígua a Cabo Frio-RJ.
1981 - Entre janeiro e abril, realizou a comissão CONVERSUT III, totalizando 191.5 dias de mar, que consistiu na coleta de dados sobre a temperatura, salinidade e profundidade das águas na costa sul do Brasil, no trecho entre o Rio de Janeiro e Mar del Plata, visando formar um banco de dados sobre a influencias desses fatores nos sistemas acústicos de unidades de superfície e aéreas.
Em 2 de julho, suspendeu do Rio de Janeiro, para realizar a Operação BARRA NORTE I, visando a obtenção de dados oceanográficos da Barra Norte do Rio Amazonas entre as Ilhas de Maracá e a Ilha do Machadinho.
1985 - Entre 25 de abril e 3 de junho, realizou a Operação SUESTE II, realizando o levantamento oceanográfico sazonal da costa sueste brasileira entre Santos e o Cabo de Santa Marta.
1986 - Em 18 de fevereiro, suspendeu do Rio de Janeiro com destino a Paranaguá, onde foram desenvolvidos levantamentos oceanográficos para a Operação OCEANO III.
O Navio-Oceanográfico Almirante Saldanha, ao término do fundeio de dez dias da Operação Oceanográfica CABO FRIO IX, teve sua maquina de suspender inoperante. Com seis quartéis de filame em profundidade de 60 metros e um ferro de duas toneladas, enterrado em fundo de areia, os cálculos demonstraram que havia a necessidade de um esforço superior a 14 toneladas para que o navio pudesse suspender e regressar ao porto. As alternativas eram: "picar" a amarra ou pedir apoio as unidades de salvamento. Porém, o "espírito de navio" da tripulação recusava estas hipóteses. Aparelhos de força foram improvisados com resultados limitados, permitindo que parte do filame fosse reduzido, sem resolver a fase final, quando o esforço maior teria que ser aplicado. Foi, então, que o Comandante, em último recurso, convocou toda a tripulação ao convés para "alar Cabos", como faina geral. Durante mais de uma hora, oficiais, sargentos e marinheiros se irmanaram no convés para fazer entrar a amarra a braço. O estorço conjunto, em nível ate mesmo superior só esperado, trouxe o "ferro a olho", com êxito. Assim, o Almirante Saldanha terminou a comissão no dia e hora programados, encerrando os trabalhos do ano de 1986.
1987
Em 21 de abril de 1987, partiu do Rio de Janeiro, para executar as Operações MARSDEN 376/ABR/87, PESAGRO e BAHIA I.
Em 19 de setembro, chegou ao Rio de Janeiro encerrando a Operação PAVASAS I. A PAVASAS (Pontos Anfidrômicos e Variações Sazonais do Atlântico Sul), foi um projeto do Instituto Oceanográfico da Universidade do Estado de São Paulo (USP). Durante essa comissão o Almirante Saldanha fez 77 estações, coletando 10.500 amostras apoiando além da USP, a Universidade Federal de Pernambuco, a Universidade Federal do Maranhão, que realizou trabalhos na Baia de São Marcos, em São Luís, e a Universidade de Fortaleza que realizou trabalhos entre Fortaleza-CE e Recife-PE.
1988 - Em 11 de junho, data do seu 54º Aniversário de incorporação, ao largo da Ilha Rasa, foi realizada a bordo a Cerimônia de Lançamento ao Mar dos Restos Mortais do Almirante Paulo de Castro Moreira da Silva, em cumprimento a desejo expresso em carta que foi aberta após seu falecimento, ocorrido em maio de 1983. Após a cerimônia, segundo o Cerimonial da Marinha, foi descerrada uma placa alusiva ao evento histórico, voltando o navio para o porto do Rio de Janeiro.
1989 - Em 11 de junho, comemorou 55º Aniversário da Mostra de Armamento, tendo sido realizada a bordo evento comemorativo que contou com a presença do Diretor da DHN, CA Luiz Philippe da Costa Fernandes. Até essa data, havia atingido as marcas de 685.605 milhas navegadas, 4.675,5 dias de mar, 7.988 estações e 130 comissões oceanográficas.
1990 - A sua ultima comissão, foi a Operação SALDANHA I/90.
Em 6 de agosto, foi submetido a Mostra de Desarmamento, em cumprimento a Portaria n.º 0510 de 12/07/90 do MM, em cerimônia realizada no molhe da Ilha Fiscal. Em seus 56 anos de serviço, atingiu as marcas de 694.972 milhas navegadas, 4.738,5 dias de mar, com uma média de 85 dias de mar por ano, e depois de modificado atingiu uma média de 105 dias de mar por ano, realizando 8.150 estações e 135 comissões oceanográficas. Além das operações citadas anteriormente, participou também do Projeto de Pesquisas FGGE - Firt Gate Global Experiment e das Operações MONITOR, dentro do Programa OCEANO.
O mastro sobressalente do Almirante Saldanha, foi adaptado e instalado no veleiro Vendaval (classe Yole), construído no estaleiro Brazilian Coal (depois Ishikawajima do Brasil) em 1939. O Vendaval, foi doado pelo seu proprietário CC (RNR) Carlos Henrique Ferreira à Escola Naval em 13 de setembro de 1984.
1993 - As instalações da Praça D'Ármas do Almirante Saldanha, foram integralmente transferidas para a Casa de Armas, na sede da Diretoria de Hidrografia e Navegação na Ponta da Armação em Niterói.