O Navio Polar Almirante Maximiano - H 41, ex-Ocean Empress, ex-Naeraberg, ex-American Empress, ex-Maureen Sea, ex-Scotoil I, ex-Theriot Offshore I, é o primeiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem ao Almirante Maximiano Eduardo da Silva Fonseca, hidrógrafo de destaque e Ministro da Marinha de março de 1979 a março de 1984, no Governo do Presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo. Foi construído pelo estaleiro Todd Pacific Shipyards Corp., em Seattle, Washington, onde o então casco n.º 58 teve a sua quilha batida em 20 de agosto de 1973, foi lançado ao mar em 13 de fevereiro de 1974 e foi entregue em junho de 1974, mas só iniciou suas operações comerciais em 19 de dezembro de 1978.
O Ocean Empress, pertencia a empresa russa ASK Subsea/Isis Viking Ltd e estava no estaleiro Bredo Bremerhavener Dock GmbH, de Bremerhaven (Alemanha) onde sofria obras de reconstrução para voltar a operar como Navio de Apoio a Plataformas para emprego no Mar Báltico. Pela Portaria n.º 245 de 08/08/2008 do CM foi criado em caráter temporário o Grupo de Recebimento do Navio Polar Almirante Maximiano (GRNPOM), subordinado a Diretoria-Geral do Material da Marinha, inicialmente funcionando no Brasil e depois transferido para Bremerhaven na Alemanha. O GRNPOM composto por oficiais e praças da tripulação de recebimento teve como Encarregado o então Capitão-de-Fragata Sérgio Ricardo Segóvia Barbosa que foi efetivado no comando quando o navio foi incorporado a Marinha do Brasil na condição de Navio Isolado, quando o Grupo foi extinto. Em 27 de agosto de 2008 foi assinado convenio entre a Marinha, o Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT (por intermédio da Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP) e a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (FUNDEP) com recursos não-reembolsáveis no valor de R$ 69 milhões para o projeto e o navio foi adquirido 3 de setembro de 2008.
Foi submetido a Mostra de Armamento e incorporado a Armada em 3 de fevereiro de 2009, em cumprimento as Portarias n.º 389 de 19/12/2008 e n.º 4 de 12/01/2009 e a Ordem do Dia n.º 1/2009 do EMA, em cerimônia realizada em Bremerhaven (Alemanha), presidida pelo CEMA AE Aurélio Ribeiro da Silva Filho. Naquela ocasião assumiu o comando o Capitão-de-Mar-e-Guerra Sérgio Ricardo Segovia Barbosa.
O Almirante Maximiano sofreu diversas modificações estruturais, incluindo a adição de um hangar climatizado e convôo com capacidade para receber duas aeronaves do porte de um Esquilo ou Jet Ranger, novas acomodações (ampliando de 50 para 106 homens) e instalações de pesquisas e laboratórios (cinco sendo sendo dois “secos”, dois “molhados” e um misto) para suas futuras operações polares. O navio será empregado prioritariamente na coleta de dados oceanográficos na Região Antártica (em apoio aos projetos científicos do Programa Antártico - PROANTAR) e apoio à Estação Antártica Comandante Ferraz, podendo ser utilizado também em levantamentos hidroceanográficos em regiões “não-polares”. Sua aquisição ocorreu em tempo recorde (comparando-se com outros projetos da MB) e as obras de conversão andaram em ritmo acelerado. Em parte, isto deveu-se aos recursos disponibilizados pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, através da FINEP. Incluindo-se o valor de aquisição do navio, o governo brasileiro gastou até o final de 2008 perto de R$ 140 milhões.
Ainda em 2009, serão instalados no navio: ecobatímetro multifeixe para grandes profundidades; guinchos oceanográficos e geológicos; perfilador doppler de corrente; sistema DP (posicionamento dinâmico; sistema de aquisição e análise de dados oceanográficos, meteorológicos e geológicos; sistema de comunicações mais moderno; instalação de rede interna com acesso à Internet e academia de ginástica.
2009
Em 7 de abril, chegou ao Rio de Janeiro, concluindo sua travesia da Europa para o Brasil, procedente de Bremerhaven (Alemanha), com escalas em Brest (França), Lisboa (Portugal), Lãs Palmas (Espanha), Recife-PE (26 de março) e Arraial do Cabo-RJ.
Em 13 de abril, pela OD n.º 1/2009 do DGMM, AE Marcus Vinicius Oliveira dos Santos teve sua subordinação transferida da Diretoria-Geral do Material da Marinha para a Diretoria-Geral de Navegação.
julho/agosto, foram instalados novos equipamentos da Kongsberg, incluindo uma ecosonda multifeixe EM-302, um perfilador de fundo SBP 300, uma ecosonda de feixe único EA 600, além de sensores externos, durante Periodo de Manutenção realizado na Base Naval de Aratu.
Em 19 de outubro suspendeu do cais do AMRJ dando inicio a sua primeira comissão ao continente gelado durante a Operação ANTARTICA XXVIII.
Em 15 de novembro, encoutrou-se pela primeira vez com o Ary Rongel no continente Antartico.
Em 6 de dezembro, deixou Ushuaia (Argentina) para iniciar mais uma travessia final até o continente antartico.
2010
Em 10 de abril, retornou ao Rio de Janeiro encerrando a sua participação na Operação ANTARTICA XXVIII.
Em 17 de julho, enquanto estava passando por Periodo de Manutenção no AMRJ para preparar o navio par campanha antartica 2010-2011, sofreu a queda de um guindaste veicular sobre o convôo.
2011
Em 21 de abril, retornou ao Brasil, encerrando a Operação ANTARTICA XXIX, depois de escala na Argentina, ateacando no porto de Rio Grande para descarregar material da Estação de Apoio Antártico (ESANTAR).
Em 9 de outubro suspendeu do Rio de Janeiro junto com o NApOc Ary Rongel – H 44. para participar da XXX Operação ANTARTICA. Entre os dias 11 e 14 de outubro os navios estiveram em Rio Grande, na Estação de Apoio Antártico da Universidade Federal do Rio Grande (ESANTAR/FURG), aonde carregaram roupas para mais de 140 pessoas, entre tripulantes e pesquisadores, assim como praticamente todo o material necessário para o trabalho a ser realizado no Continente Antártico: água, alimentos, barracas, equipamentos de alpinismo e sobrevivência, medicamentos, gás e até veículos como motos de neve e quadriciclos.
O material já saiu organizado e dividido em caixas de marfinite ou madeira que foram encaminhadas para a EACF e os diversos acampamentos formados por grupos de pesquisa, no próprio Continente Antártico ou em ilhas próximas, onde são realizados os trabalhos de pesquisa.
Esse material é recebido, conferido, re-acondicionado, armazenado e novamente distribuído pela ESANTAR, ano após ano, em um trabalho rotativo que não cessa. Embora as Operações Antárticas se realizem durante os meses mais quentes do Hemisfério Sul (outubro a abril), vale lembrar que em todos os meses ocorrem vôos de apoio, também organizados pela Secretaria Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM) e executados pela Força Aérea Brasileira (FAB).
2012
Na primeira etapa de sua participação na Operação ANTARTICA XXX o navio empregou toda sua capacidade de apoio ao lançamento de projetos em áreas bem diversas de pesquisa, tais como: geologia e análise de solos nas ilhas ao largo do Mar de Weddell, arqueologia e antropologia da presença humana na Ilha Livingston, monitoramento e coleta de macroalgas na região das Shettland do Sul e reabastecimento da Estação Antártica Comandante Ferraz. Foram realizadas visitas protocolares as bases cientificas da Bulgária, do Chile e da Espanha.
Foram percorridas cerca de 2.200 milhas náuticas (aproximadamente 4.100 km) em 27 dias de mar, promovendo atividades nas Ilhas Rei George, Livingston e Deception. Por fim, pela primeira vez nesta comissão, alcançou o Mar de Weddell, onde realizou atividades nas Ilhas Seymour e Paulet, como também na Península Antártica.
Em 3 de janeiro suspendeu de Punta Arenas com destino ao continente antártico, chegando a Enseada de Martel na madrugada de 6 de janeiro. No dia 7 o navio inicou a descarga de material e recebeu a bordo 15 pesquisadores que a partir dali, depois de concluir seu periodo na EACF, iniciaram seu retorno ao Brasil, sendo transportado pelo navio para Base Aérea chilena Presidente Eduardo Frei.
Em 10 de janeiro recebeu a visita do MD Embaixador Celso Amorim, que estava acompanhado pelo CM AE Moura Neto, pelo CAer Junito Saito e pelo Embaixador do Brasil no Chile, Frederico Cezar de Araujo.
Entre 30 de janeiro e 2 de fevereiro, durante a OPERANTAR XXX, esteve atracado em Punta Arenas (Chile), onde, onde foram realizados o reabastecimento de combustível e gêneros e o embarque de material e pesquisadores que farão parte dos projetos que foram desenvolvidos na etapa seguinte da operação. Depois de suspender de Punta Arenas o navio inciou outra etapa com duração de 14 dias.
Em 7 de abril suspendeu da Antártica junto com o NApOc Ary Rongel, iniciando a viagem de regresso ao Brasil.
Entre 24 e 26 de abril estiveram em Rio Grande-RS, onde foi descarregado e devolvido a Estação de Apoio Antártico (ESANTAR) parte do material usado nessa campanha. Outra parte do material que os navios trouxeram, incluindo lixo resultante do incêndio de grandes proporções ocorrido na base brasileira - Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) - em 25 de fevereiro, seguiu para o Rio de Janeiro. Muito do material que voltaria com os navios, como motos de neve e quadriciclos, se perderam no incêndio.
Entre o material que veio nos navios e vai para o Rio de Janeiro, estão dois tanques de etanol, do projeto de implantação de produção de energia limpa na estação brasileira, que se encontravam em Punta Arenas e seriam levados para a EACF. Os outros quatros tanques, que foram para o continente gelado em outubro, ficaram na área da estação. Eles não foram atingidos pelo incêndio. Já o gerador deles foi parcialmente destruído.
Em 30 de abril chegou ao Rio de Janeiro encerrando a sua participação na XXX OPERANTAR.
Em 6 de outubro suspendeu do cais do AMRJ, dando inicio a OPERAÇÃO ANTARTICA XXXI. Nessa edição, em virtude do incêndio ocorrido na EACF a operação será conduzida inicialmente a partir dos navios, assim como foi na OPERANTAR I, no verão Antártico 82/83. Além do Almirante Maximiano a OPERANTAR XXXI contou com a participação do NApOc Ary Rongel - H 44 e do NSS Felinto Perry - K 11. O navio apoiará projetos de ciência e tecnologia, realizando sondagens e levantamentos oceanográficos e realizara também a manutenção dos abrigos situados nas ilhas daquele continente.
Foram instalados módulos de emergência na Ilha Rei George, previstos para entrar em operação em fevereiro de 2013. Os módulos tem capacidade para abrigar até 65 pessoas e contam com dormitórios, banheiros, refeitórios, cozinha, laboratórios, enfermaria, geradores, além de estações de tratamento de esgoto e área de armazenamento de resíduos sólidos.
Ao mesmo tempo em que os módulos começaram a ser instalados, também foram iniciados os trabalhos de remoção dos escombros da estação incendiada. O desmonte dos destroços foi feito por pessoal do Arsenal da Marinha e pelos fuzileiros navais, com o apoio do navio mercante "M/V Germania" fretado pelo governo brasileiro e do Navio de Transporte de Pessoal e Carga da Armada Argentina ARA Bahia de San Blas – B 4.
Entre 9 e 12 de outubro, esteve em Rio Grande-RS aonde embarcou pesquisadores e 28 toneladas de material para ser transportado a Antártica. De Rio Grande o navio seguiu para Ushuaia (Argentina) aonde embarcou mais pesquisadores e material para ser transportado para Base Câmara (Argentina).
No trajeto entre Rio Grande e Ushuaia o navio passou pelas confluências das correntes do Brasil e das Malvinas, local onde ocorreu um fenômeno raro: a formação de dois vórtices de correntes, um frio (Malvinas) e outro quente (Brasil). Aproveitando essa grande oportunidade o navio realizou 5 estações oceanográficas, com coletas de amostras de água, lançamento radiossondas, para medição da atmosfera no local, e sondas XBT para a obtenção de dados do oceano, alem de efetuar sondagens com o seu perfilador de correntes marinhas (ADCP), instalado no casco, que documentou em imagens precisas a ocorrência dos vórtices, registrando esse fenômeno para estudos futuros.
Nos dias 30 e 31 de outubro realizou o desembarque de material e pessoal na Ilha Elefante. Os pesquisadores permaneceram 70 dias na Ilha, onde foram realizadas medições, recenseamento e anilhamento de aves.
Em 6 de novembro chegou à Baía Maxwell, onde se localiza a Base Chilena Presidente Eduardo Frei Montalva, para recebimento de material e pessoal transportados por via aérea pela Força Aérea Brasileira.
No período de 14 a 16 de novembro o navio navegou pela região conhecida como Confluência Brasil-Malvinas, em que se encontram as duas principais correntes marítimas de contorno do Atlântico Sudoeste: as correntes do Brasil e das Malvinas. Naquele local, ocorre, esporadicamente, o desprendimento de vórtices, que podem ser tanto quentes, quanto frios, dependendo da sua origem. Os pesquisadores do Programa INTERCONF (Estudo da Interação Oceano-Atmosfera na Região da Confluência Brasil-Malvinas) embarcados no navio tiveram a oportunidade de presenciar a ocorrência de um sistema chamado de dipolo, com o acoplamento de dois vórtices, ou seja, redemoinhos, um quente e um frio, girando de forma simultânea, em um movimento de translação. Foram realizadas cinco estações oceanográficas de 1.000 metros de profundidade e 12 lançamentos de sondas, possibilitando a medição do perfil de temperatura da água do mar. Também foram realizadas 17 radiossondagens, a fim de aferir parâmetros meteorológicos.
Em novembro lançou bóia de pesquisa em uma baía do arquipélago das Shetland do Sul.
2013
Em 12 de abril atracou em Rio Grande-RS e em 18 de abril, chegou ao Rio de Janeiro encerrando a sua participação na OPERANTAR XXXI.
Nos dias 18 e 19 de setembro, esteve em Ilha Bela-SP.